quinta-feira, 19 de agosto de 2010
O Albatroz
Às vezes, por prazer, os homens da equipagem
Pegam de um albatroz, imensa ave dos mares,
Que segue – companheiro indolente de viagem –
O navio a singrar por glaucos patamares.
E por sobre o convés, mal estendido apenas,
O imperador do azul, canhestro e envergonhado,
Asas que enchem de dó, grandes e de alvas penas,
Eis que deixa arrastar como remos ao lado.
Antes tão belo,
Como é feio na desgraça este viajante agora flácido e acanhado!
Um com o cachimbo, lhe enche o bico de fumaça,
Outro a coxear, imita o enfermo outrora alado.
O Poeta é semelhante ao príncipe do céu
Que do arqueiro se ri e da seta no ar;
Exilado na terra e em meio do escarcéu,
As asas de gigante impedem-no de andar.
Charles Baudelaire
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e uma ave muito bonita a natureza e maravilhosa e pena qe o ser humano nao a saiba apreciar
ResponderExcluireu compreeendo perfeitamente... escrever ajuda-nos a mostrar quem somos.. e comom vemos o mundo a nossa volta
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